Escrito por Anita Leocádia Prestes
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Doutora em História Social pela UFF e professora do Departamento de História da UFRJ
Artigo publicado em Revista de História & Luta de Classes - Rio de Janeiro, ADIA, nº 2, fev/2006, p. 119-127
Como é sabido, em 1930, ocorreu a adesão de Luiz Carlos Prestes ao PCB (denominado naquele período Partido Comunista do Brasil), consubstanciada no seu ?Manifesto de Maio? [1], em que o então famoso ?Cavaleiro da Esperança? tornava pública sua identificação com as principais teses programáticas do PCB. A partir de então ? dadas as conhecidas limitações do pequeno e clandestino PCB -, a repercussão alcançada pelas propostas dos comunistas será, em grande parte, decorrência do prestígio de Prestes e da publicidade que a influência do ?Cavaleiro da Esperança? lhes proporcionará.
Para melhor entender esse controvertido episódio, torna-se necessário retroceder no tempo e reportar-se à trajetória anterior de Luiz Carlos Prestes, reconhecidamente a principal liderança não só da Coluna Prestes, como do tenentismo, no final da década de 1920.
A 3 de fevereiro de 1927, a Coluna Prestes encerrava seu périplo de 25 mil quilômetros pelo Brasil, exilando-se em território boliviano sem ter sofrido nenhuma derrota. Também conhecida como Coluna Invicta, a Marcha, que constituiu o momento culminante do movimento tenentista, deu projeção tanto nacional quanto internacional a Luiz Carlos Prestes. A partir de então ele ficaria conhecido como o ?Cavaleiro da Esperança?.[2]
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Última atualização em Qua, 19 de Maio de 2010 20:39 |
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Escrito por Anita Leocadia Prestes
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Doutora em Economia e História Social, professora de História do Brasil na UFRJ e autora dos livros A Coluna Prestes (Ed. Brasiliense,1991, 3ª ed.) e Os Militares e a Reação Republicana (As Origens do Tenentismo) (Ed. Vozes, 1994).
(A propósito do filme documentário ?O Velho - A História de Luiz Carlos Prestes?)*
Se concordamos com Norberto Bobbio, quando ele afirma que ?esquerda? e ?direita? constituem a ?grande divisão?, hoje ?mais viva do que nunca? na ?história da luta política na Europa do último século? , temos um ponto de partida para tentar explicar as novas estratégias da direita atual. Visando defender de maneira mais eficaz os interesses dos setores sociais que representa - principalmente o grande capital internacionalizado -, a direita dos anos noventa apela para novos expedientes, mais adequados aos tempos de hoje, ou seja, ao período histórico caracterizado por Eric Hobsbawm como o fim de uma era e o início de outra.
Vivemos um momento histórico, em que, dada a derrota sofrida pelo ?socialismo real?, em particular no Leste europeu, os interesses do grande capital internacionalizado passaram a dominar o mundo de maneira indivisível, sem ter quem lhe possa oferecer uma resistência eficaz. Como é assinalado por James Petras, ?o Ocidente está fazendo anexações e ocupações político-militares de longo prazo de uma forma nunca vista desde a era colonial?.0 Haja vista a Guerra do Golfo, em 1991, levada adiante contra o Iraque pelas grandes potências imperialistas.
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